quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Doenças das Abelhas

Nem todas as doenças que afetam as abelhas são encontradas no Brasil, mas o intercambio com os paises da América do Sul pode acarretar na introdução de varias doenças no Brasil. As doenças das abelhas são causadas bactérias, fungos, vírus (principalmente em larvas) e por protozoários, ácaros e insetos (abelhas adultas). As doenças que atacam as crias: · Cria Pútrida Européia; · Cria Pútrida Européia; · Cria Ensacada; · Cria Giz. Doenças de Abelhas Adultas: · Nosemose; · Acariose; · Paralisia; · Amebíase; · Varroase. DOENÇAS DA CRIA OU LARVA Cria Pútrida Européia (CPE)Agente causador: bactéria Melissococus pluton. As larvas são infectadas quando comem alimento contaminado.Ocorrência e danos: pode ocorrer em todo o território nacional em áreas quentes não causa sérios prejuízos, já no sul da Bahia é muito comum esta doença. Sintomas: Favos com muitas falhas, opérculos perfurados. A morte ocorre geralmente na fase de larva, antes que os alvéolos sejam operculados. As larvas doentes encontram-se em posições anormais, podendo ficar contorcidas, nas paredes dos alvéolos. Mudança de cor das larvas que passam de branco-pérola para amarelo até marrom. Pode apresentar cheiro pútrido (de material em decomposição) ou não. Quando as larvas morrem depois da operculação, aparecem opérculos escurecidos, afundados e perfurados. Sintomas de Cria Pútrida Européia Controle: Remoção dos quadros com cria doente. Trocar rainha suscetível por outra mais tolerante. Evitar uso de equipamentos contaminados quando manejar colméias sadias. Cria Pútrida Americana (CPA) Agente causador: bactéria Paenibacillus larvae. As larvas são infectadas quando comem alimento contaminado. Ocorrência e danos: no Brasil, foi recentemente detectada em colméias no Rio Grande do Sul. A contaminação ocorreu porque os apicultores alimentaram as abelhas com mel e pólen importados, contaminados com a bactéria. Essa doença pode provocar sérios prejuízos, pois seu controle é bastante difícil, já que a bactéria é resistente a antibióticos e pode permanecer no ambiente por muito tempo. Por isso, não se recomenda a importação de produtos apícolas ou rainhas de países que apresentem níveis altos de infestação. Sintomas: Favos falhados com opérculos perfurados, escurecidos e afundados. Morte na fase de pré-pupa ou pupa. Larvas com mudança de cor, passando do branco para amarelo até marrom-escuro; Cheiro pútrido. As larvas mortas apresentam consistência viscosa, principalmente quando apresentam coloração marrom-escura. Para verificar isso, deve-se fazer o teste do palito que consiste em inserir um palito rugoso no alvéolo, esmagar a cria e puxar devagar, observando-se, então, a formação de um filamento viscoso. Quando a morte ocorre na fase de pupa, observa-se geralmente a língua da pupa estendida de um lado para o outro do alvéolo. Presença de escamas (restos da cria já seca e muito escura) coladas nas paredes do alvéolo e de difícil remoção. Controle: Não utilizar antibióticos para tratamento preventivo ou curativo, pois pode levar à resistência da bactéria e contaminar os produtos da colméia, além de ser um gasto adicional para o apicultor. O tratamento preventivo pode ainda esconder os sintomas da doença.Quando o apicultor suspeitar da ocorrência da CPA em seu apiário, deve tomar as seguintes medidas: Marcar as colônias com sintomas de CPA. Realizar anotações sobre as colônias afetadas e relatar a ocorrência para sua associação e autoridades competentes, tais como: instituições de ensino e pesquisa que trabalhem com Apicultura, Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), Delegacia Federal de Agricultura, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Enviar amostras dos favos com sintomas para análise em laboratórios especializados no diagnóstico de doenças de abelhas. Limpar equipamentos de manejo (luvas, formão, fumigador, etc.) e não utilizá-los nas colônias sadias; Após comprovação da doença por meio do resultado da análise laboratorial, destruir as colônias afetadas; para isso, pode-se optar pela queima da colméia completa ou, se o apicultor quiser preservar as caixas, deve matar as abelhas adultas e depois queimá-las juntamente com os favos. Para o reaproveitamento das caixas, elas devem ser esterilizadas; A esterilização das caixas pode ser feita de duas maneiras: mergulhando as peças em parafina a 160ºC durante 10 minutos ou em solução de hipoclorito de Sódio a 0,5% durante 20 minutos. Para evitar a disseminação dessa grave doença no Brasil, os apicultores devem estar bastante atentos para nunca utilizarem mel ou pólen importados para alimentação de suas abelhas no período de entressafra, pois esses produtos podem estar contaminados e, conseqüentemente, contaminarão as colméias। Cria Ensacada Agente causador: Vírus "Sac Brood Virus" (SBV). No Brasil, entretanto, a doença tem como agente causador o pólen da planta barbatimão (Stryphnodendron sp.) e não o vírus. Desse modo, a doença passou a ser chamada Cria Ensacada Brasileira. Ocorrência e danos: em áreas onde ocorre a planta barbatimão. A doença tem ocasionado prejuízos em várias regiões, exceto nos estados do Sul do Brasil. Em alguns casos, pode provocar 100% de mortalidade de crias, chegando a destruir uma colônia forte em menos de dois meses (Message, 2002). No sul da Bahia a planta é conhecida com cobi. Sintomas: Favos com falhas e opérculos geralmente perfurados. A morte ocorre na fase de pré-pupa. Não apresenta cheiro pútrido. Coloração da cria: cinza, marrom ou cinza-escuro. Ocorre a formação de líquido entre a epiderme da larva e da pupa em formação. Quando a cria doente é retirada do alvéolo com o auxílio de uma pinça, apresenta formato de saco, ficando o líquido acumulado na parte inferior. Controle: Evitar a instalação de apiários em locais com incidência da planta barbatimão. Utilizar alimentação artificial das colméias na época de floração do barbatimão. Cria Giz Agente causador: fungo Ascosphaera apis .Ocorrência e danos: A incidência dessa doença no Brasil tem sido baixa, havendo relato de poucos casos nos Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Existe a possibilidade de ser introduzida por meio da alimentação das colméias com pólen importado contaminado. Sintomas: Favos com falhas e opérculos geralmente perfurados. A morte ocorre na fase de pré-pupa ou pupa. Não apresenta cheiro pútrido. A cria morta apresenta coloração branca ou cinza-escuro e aspecto mumificado (rígida e seca). Controle: Como medida preventiva, recomenda-se não utilizar pólen importado ou das regiões do Brasil onde a doença foi detectada para alimentação das colméias. DOENÇAS E PARASITOSES DE ABELHAS ADULTAS Nosemose,Acariose Doenças em adultos são mais difíceis de ser diagnosticadas em campo porque muitas vezes apresentam sintomas similares. Desse modo, para a confirmação de doenças ou endoparasitoses, devem-se enviar amostras a laboratórios especializados, seguindo as recomendações indicadas no item Como enviar amostras de abelhas com sintomas de doença para análise em laboratório. O sintoma geral da ocorrência de doenças em abelhas adultas é a presença de abelhas mortas ou moribundas, rastejando na frente da colméia. Entretanto, esses sintomas também ocorrem quando há intoxicação das abelhas por inseticidas. Nosemose Agente causador: protozoário Nosema apis. Ocorrência e danos: No Brasil, ocorreu com certa freqüência até a década de 80 e, nos últimos anos, não tem sido detectada. O protozoário afeta principalmente o ventrículo (estômago da abelha) causando problemas na digestão dos alimentos e pode provocar disenteria. A doença diminui a longevidade das abelhas, causando um decréscimo na população e, conseqüentemente, na produtividade das colméias. Sintomas: Abelhas com tremores e com dificuldade de locomoção. O intestino apresenta-se branco-leitoso, rompendo-se com facilidade. Operárias campeiras mortas na frente do alvado. Em alguns casos, encontram-se fezes no alvado e nos favos. Acariose Agente causador: ácaro endoparasita Acarapis woodi Ocorrência e danos: assim como a nosemose, a acariose foi mais freqüente até as décadas de 70-80, não sendo mais considerada problema nos apiários brasileiros. O ácaro se aloja nas traquéias torácicas, perfurando-as e alimentando-se da hemolinfa (sangue das abelhas). O ataque do ácaro pode diminuir a longevidade das abelhas e, conseqüentemente, reduzir a população da colméia, provocando perdas na produção. Sintomas: Abelhas rastejando na frente da colméia e no alvado, com as asas separadas, impossibilitadas de voar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Achei muito interessante e foi muito útil, obrigada!