quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Introdução da Apis mellifera no Brasil
•As abelhas da espécie Apis mellifera foram introduzidas no Brasil em 1840, oriundas da Espanha e Portugal, trazidas pelo Padre Antônio Carneiro. Provavelmente as subespécies Apis mellifera mellifera (abelha preta ou alemã) e Apis mellifera carnica tenham sido as primeiras abelhas a chegar a nosso país.
•Em 1845, imigrantes alemães introduziram no Sul do País a abelha Apis mellifera mellifera.
•Entre os anos de 1870 a 1880, as abelhas italianas, Apis mellifera ligustica foram introduzidas no Sul e na Bahia.
•Em meados de 1950, a apicultura sofreu um grande baque em razão de problemas com a sanidade em função do surgimento de doenças e pragas (nosemose, acariose e cria pútrica européia), o que dizimou 80% das colméias do País e diminuiu a produção apícola drasticamente. Diante desse quadro, ficou evidente que era preciso aumentar a resistência das abelhas no País.
•Assim, em 1956, o professor Warwick Estevan Kerr dirigiu-se à África, com apoio do Ministério da Agricultura, com a incumbência de selecionar rainhas de colméias africanas produtivas e resistentes a doenças. A intenção era realizar pesquisas comparando a produtividade, rusticidade e agressividade entre as abelhas européias, africanas e seus híbridos e, após os resultados conclusivos, recomendar a abelha mais apropriada às nossas condições.
•Dessa forma, em 1957, 49 rainhas foram levadas ao apiário experimental de Rio Claro para serem testadas e comparadas com as abelhas italianas e pretas. Entretanto, nada se concluiu desse experimento, pois, em virtude de um acidente, 26 das colméias africanas enxamearam 45 dias após a introdução.
•A liberação dessas abelhas muito produtivas, porém muito agressivas, criou um grande problema para o Brasil.
•O pavor desse inseto invadiu o mundo em razão de notícias sensacionalistas nas televisões, jornais e revistas internacionais, que não condiziam exatamente com a verdade, mas ajudavam nas vendas.
•Nesse período, nenhum animal foi mais comentado em livros, entrevistas, reportagens e filmes do que as "abelhas assassinas" ou "abelhas brasileiras", como eram chamadas.
•As "abelhas assassinas" eram consideradas pragas da apicultura e começaram a surgir campanhas para a sua erradicação, não só dos apiários, mas também das matas, com a aplicação de inseticidas em todo o País. Essa atitude, além de ser uma operação de alto custo, provocaria um desastre ecológico de tamanho incalculável.
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Warwick Estevan Kerr
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