quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

MEL

As abelhas, guiadas pelo olfato e pelos olhos, descobrem e alcançam o nectário das flores, que visitam sucessivamente, até encherem o papo de néctar. Completada a carga, a abelha coletora volta à colméia e transfere o néctar para o papo de outra abelha (laboratorista), que repete a manobra com outra companheira mais nova. Passando o néctar de papo em papo, o mesmo vai se tornando cada vez mais denso, porque o organismo das abelhas já absorve grande parte da água nele existente. Regurgitado e depositado enfim nos alvéolos, evapora mais ainda sobre a ação do calor da colméia, cujo ar é constantemente renovado pelas abelhas ventiladoras, encarregadas de eliminar toda e qualquer umidade, conservando o ambiente fresco, puro e seco. A modificação química ou fisioquímica do néctar se processa da seguinte forma: cada abelha que recebe e engole o néctar faz funcionar as glândulas de seu aparelho digestivo, libertando já na passagem pelo esôfago, um elemento denominado enzima. A ação desse reagente sobre a sacarose (açúcar composto) a transforma e divide em duas glucoses (açúcar simples), resultando dessa inversão a destrose e a levulose. Em sua composição encontramos: carbonatos, sulfatos a fosfatos associados ao ferro a ao cálcio: a variáveis porções de algumas vitaminas, a saber: B1 (tiamina), B2 (riboflavina), C (ácido ascórbico), B6 (piridoxina), ácido pantotênico a ácido nicotínio. O mel é um alimento energético, fortalece o organismo, facilita o trânsito intestinal a exerce efeitos positivos no combate à arteriosclerose a aos cálculos biliares. O mel não engorda, pois é um alimento digerido pelas abelhas e é assimilado diretamente pelo organismo, entrando rapidamente na corrente sanguínea; não deixam resíduos e não se transforma em tecido adiposo, gorduroso. Uma importante descoberta dos cientistas demonstra que a vitamina C contida no mel ajuda a destruir o colesterol, substância semelhante à gordura que se prende às artérias e provoca várias doenças graves. O Dr. Lorich, pesquisador da ex‑União Soviética, afirma: “Como já está demonstrado em numerosas investigações feitas por médicos especializados, as vitaminas B1, C e PP encontradas no mel tomam parte do metabolismo dos hidratos de carbono, favorecendo a normalização dos carboidratos nos diabéticos”. O consumo diário de mel está associado à longevidade a ao aumento da resistência do organismo a uma série de enfermidades, entre as quais, gripes, bronquites e resfriados. A dose ideal é uma colher de sopa por dia, pela manhã. 1.000 g de mel equivalem a (uma coisa ou outra): 9.000 g de cenouras; 5.400 g de maçãs; 4.200 g de uvas; 3.600 g de ameixas; 3.000 g de batatas; 1.600 g de peixe; 2.100 g de bacalhau; 1.680 g de carne de vaca; 1.400 g de carne de porco; 1.200 g de pão; 1.000 g de nozes; 0,650 g de queijo; 5,5 litros de leite; 40 laranjas; 25 bananas; 50 ovos, ou seja, 1.680 g de ovos. Todos os méis são líquidos quando produzidos pelas abelhas e a cristalização (ou granulação) é um processo que ocorre naturalmente com o decorrer do tempo; a na dependência da florada de origem ocorrerá mais cedo, como o mel de eucalipto; ou mais tarde, como o de assa‑peixe. A cristalização do mel consiste na separação da glicose que é menos solúvel que a levulose, a na conseqüente formação de hidratos de glicose, em formas sólidas. A temperatura de armazenamento do mel tem grande influência na velocidade da cristalização. A cristalização ocorre rapidamente em temperaturas entre 10° a 18°. O consumidor deve ter em mente que o mel contém em sua composição substâncias (como algumas vitaminas a enzimas termolábeis) que são destruídas com o calor excessivo (ou superaquecimento). Com isso para que um mel "cristalizado" torne‑se "semi‑líquido" é necessário submetê‑lo à um banho‑maria com temperatura controlada e não superior a 40°C. O ideal é que o consumidor brasileiro se acostume a saborear o mel cristalizado, como grande parte dos consumidores dos países da Europa estão habituados a fazer. De qualquer forma uma coisa é certa: o mel cristalizado tem o mesmo valor nutritivo do mel líquido.

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